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Revolução Silenciosa: Tribunais de São Paulo Protegem Direitos de Pacientes nas Ações sobre OPME

Nos bastidores dos tribunais de São Paulo, uma verdadeira revolução está acontecendo, silenciosa, mas poderosa. Estamos falando das Órteses e Materiais Especiais, conhecidos como OPME. Esses insumos são essenciais para diversas intervenções médicas e têm se tornado um ponto central nas discussões sobre saúde pública e suplementar

Um estudo realizado pelo Grupo de Estudos sobre Planos de Saúde da Faculdade de Medicina da USP revelou dados impressionantes. Em 2021, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) julgou 16.286 ações relacionadas a planos de saúde, um aumento drástico em comparação com os 4.793 casos de 2011. Esse crescimento é um reflexo das dificuldades que os pacientes enfrentam para obter cobertura para tratamentos e materiais essenciais.

A recusa na cobertura assistencial é a principal causa dessas ações, representando 48,2% dos casos. No entanto, as negativas de fornecimento de OPME, como órteses, próteses e stents cardíacos, também são significativas, compondo 10,4% das disputas judiciais. Essas recusas afetam diretamente a saúde dos pacientes, que muitas vezes necessitam desses materiais para procedimentos cirúrgicos vitais.

O que torna essa situação inspiradora é que, na maioria das vezes, as decisões do TJSP são favoráveis aos usuários. Cerca de 92,8% das ações relativas a recusas de cobertura são decididas a favor dos pacientes. Quando o argumento das operadoras é a exclusão de materiais do rol da ANS, esse número sobe para 97,6%.

O tribunal tem sido claro: a escolha dos materiais a serem utilizados em cirurgias deve ser feita pelo médico, com base nas necessidades do paciente, e não ditada pelas operadoras de saúde. Essas decisões são fundamentadas em súmulas do próprio TJSP, na Lei dos Planos de Saúde (Lei 9.656/98) e no Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90), garantindo que os direitos dos pacientes sejam respeitados.

Essa realidade traz à tona uma questão fundamental: até onde vai o direito das operadoras de saúde em decidir o que é ou não coberto? As decisões judiciais em São Paulo mostram que, no final, é a saúde e a vida dos pacientes que devem ser priorizadas. Para quem enfrenta batalhas similares, essa é uma mensagem de esperança e um lembrete de que a justiça está ao seu lado.

Se você ou alguém que você conhece está enfrentando dificuldades semelhantes com planos de saúde, é crucial buscar seus direitos e considerar a possibilidade de ação judicial. A revolução silenciosa dos tribunais de São Paulo pode ser o caminho para garantir que todos tenham acesso aos tratamentos e materiais de que necessitam para uma vida saudável e digna.

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